Os transtornos de ansiedade são, atualmente, algumas das doenças mais comuns da sociedade.
Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2017, mostra que o número de pessoas afetadas pelo problema, em todo o planeta, aumentou 14,9%, entre 2005 e 2015. Só no Brasil, 9,3% da população padece do distúrbio – a porcentagem mais alta do mundo.
As causas da enfermidade são muitas. Especialistas acreditam que estresse, medos, tensões e preocupações em geral, como trabalho e questões financeiras, estejam entre os fatores. Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), também de 2017, corrobora e revela que 69% dos inadimplentes sofrem de ansiedade.
Quem já passou por qualquer dificuldade financeira sabe que a situação é um gatilho para os que sofrem do transtorno. As circunstâncias nem sempre têm como ser evitadas, mas podem ser atenuadas com um bom planejamento.
Aprender a conter os impulsos é quase uma arte. A habilidade, no entanto, é necessária para diversas áreas da vida. Pode ser útil para evitar comer demais, falar alguma besteira, brigar desnecessariamente e, claro, gastar dinheiro de forma excessiva.
Quando se está passando por um momento de crise financeira ou por algum endividamento, essa capacidade ainda pode ajudar a resgatar a tranquilidade e a evitar que a ansiedade se estabeleça de vez. Caso manter o controle não seja o seu forte, a seguir vamos dar algumas dicas de como melhorar.
• Evite gastos supérfluos. Até o cafezinho da hora do almoço pode pesar no fim do mês. Além de compras desnecessárias, procure comer em casa e a priorizar as despesas mais importantes.
• Evite usar o cartão de crédito e o cheque especial. Em caso de atrasos, os juros de ambos são altíssimos, o que poderá complicar ainda mais sua dívida ou a sua falta de dinheiro.
• Evite compras parceladas, prefira sempre as à vista, especialmente, quando a prestação for muito elevada.
• Evite pegar empréstimos e financiamentos de longo prazo.
• Evite ofertas milagrosas de ganhar dinheiro de maneira rápida, pois pode ser fraude.
Ao desenvolver o autocontrole, a culpa por gastar demais diminui e, automaticamente, a ansiedade também.
Organizar-se financeiramente também pode ajudar muito a manter o controle de gastos. É um efeito psicológico. Toda vez que a pessoa coloca a despesa em uma planilha ou em um aplicativo parece que uma luz vermelha liga dentro da gente. Não surge mais dinheiro na conta, mas a atenção aos gastos melhora muito. Torna-se mais fácil não desembolsar mais do que se ganha.
Para uma efetiva organização financeira, contudo, vale a pena contar com a colaboração de toda a família, principalmente, durante um momento de crise. Quando o controle das despesas é coletivo, o peso sobre as costas também é compartilhado e isso ajuda a controlar a ansiedade. Com carinho e compreensão, tudo tende a melhorar.
O ideal é já ter uma reserva financeira para ajudá-lo a passar pela crise. Uma vez, entretanto, que não se tenha, deve-se guardar uma parte do dinheiro que entrar para enfrentá-la. Na hipótese de haver dívidas, após saná-las, mantenha o controle e a organização para começar a poupar e a investir.
Somente dessa forma, a pessoa vai estar devidamente preparada para encarar um novo de período de instabilidade – e a vida tem muitos. A ansiedade até terá chance de voltar, pois é uma reação natural do ser-humano, mas com certeza irá embora bem mais rápido do que das outras vezes.